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"Não é o bastante ver que um jardim é bonito sem ter que acreditar também que há fadas escondidas nele?"
(Douglas Adams, 1952-2001)

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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Poesia Amazônida: Reflexões

REFLEXÕES

“É em seu leito de morte que o homem alcança a plenitude de sua existência”.
                    
“É preferível a liberdade do anonimato à escravidão da fama”.
                    
“A razão almeja o poder”.
                    
“O ser humano é um animal para fazer e conhecer “.

“A natureza se acha condensada no ser humano, onde a arte e a ciência são suas linguagens refinadas e a inteligência, seu mais sublime subproduto”.

“A homoafetiva que pari tende a ter uma melhor compreensão da vida”.

“A ignorância é absoluta e o conhecimento relativo”
 
(Por Luiz Mário)

quarta-feira, 5 de junho de 2013

(H) Á TESTEMUNHA
Por Luiz Mário de Melo e Silva

DO MEU TEMPLO VI
UM HOMEM SENDO EXPULSO DE SUA CASA,
PORQUE PEDIA ESCLARECIMENTOS.
DO MEU TEMPLO VI
UM HOMEM VELHO E EMBRIAGADO
SENDO EXPULSO DE UMA BAIUCA
E SER AGREDIDO DEPOIS DE JOGADO NA RUA.
AO MEU TEMPLO IMPUSERAM
QUE HAVIA UM HOMEM CONTRA TUDO ISSO.
MENTIRA!!!
POIS DO MEU TEMPLO VI SOMENTE
O POVO EXPULSO DE SUA CASA,
VI O POVO AGREDIDO NA RUA,
NÃO VI AQUELE QUE TODOS DIZIAM SEGUIR
SEU ENSINAMENTO A FAVOR DO POVO.
MENTIRA!!!
TODOS QUE EXPULSAM O POVO,
AGRIDEM O POVO
E DIZEM SEGUIR ALGUM ENSINAMENTO
EM FAVOR DO POVO, MENTEM!
ELES QUEREM O PODER
PRATICAM A CULTURA DO PODER.

(H) Á TESTEMUNHA/LUIZ MÁRIO).

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Resposta de Zilma Ferreira ao texto "A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO CIENTÍFICO: O OBSERVADOR E O OBSERVADO"


As Ciências da natureza são consideradas as pioneiras e a base da idéia de cientificidade, no entanto, não está absolutamente comprovado que já atingiram sua expressão adequada. A física quântica com suas descobertas e a teoria da relatividade, entre outros temas científicos, está revolucionando no seu campo as idéias de espaço, de tempo e de relações sujeito-objeto.

A cientificidade, portanto, tem que ser entendida e pensada como uma idéia reguladora de alta abstração e não como sinônimo de modelos e normas a serem seguidos. A trajetória histórica da ciência revela não um “a priori”, mas o que foi feito em determinado momento histórico como toda a relatividade do processo de conhecimento.

Nesse sentido, pode-se dizer que o trabalho científico tem duas direções:

- Elaboram suas teorias, seus métodos, seus princípios e estabelece seus resultados;

- Inventa, ratifica seu caminho, abandona certas vias e encaminha-se para certas direções privilegiadas.

Os investigadores ao fazer tal percurso eles tendem a aceitar os critérios da historicidade, da colaboração e, sobretudo, tem que se imbuir da humildade de quem sabe que qualquer conhecimento é aproximado, é construído.

Ora, se há uma idéia de vir a ser no conceito de cientificidade, não se pode trabalhar, nas Ciências Sociais, com a norma de cientificidade já construída.

O objeto de estudo das Ciências Sociais é histórico. Significa dizer que não é somente o investigador que dá sentido ao trabalho intelectual, mas os seres humanos, os grupos e, as sociedades dão significado e intencionalidade as suas ações e construções, na medida em que as estruturas sociais nada mais é que ações objetivadas.

Nas Ciências Sociais existe uma identidade entre sujeito e objeto, ou seja, na ciência o observador é parte de sua observação.

Outro aspecto é que as Ciências Sociais é intrínseca e extrinsecamente ideológica. E não se pode negar que toda ciência é comprometida, pois veicula interesses e visões de mundo, embora suas contribuições e seus efeitos teóricos e técnicos ultrapassem as intenções de seu desenvolvimento. No entanto, nas ciências físicas e biológicas ocorre de forma diferente do comprometimento social, pela natureza mesma do objeto que coloca ao investigador. Na investigação social, a relação entre o pesquisador e o seu objeto de estudo se estabelece definitivamente.

A visão de mundo do observador é do observado está implicada no processo de conhecimento desde a concepção do objeto, aos resultados do trabalho e à sua aplicação.
Por Zilma Ferreira (em 10/03/2010).

sexta-feira, 24 de maio de 2013

A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO CIENTÍFICO: O OBSERVADOR E O OBSERVADO


Por P.G. Pinheiro II

A física quântica[1] colocou em xeque o papel do observador na ciência contemporânea[2]. Antes o pesquisador (observador) era considerado independente da sua pesquisa (coisa observada). Detalhe que muitos ainda cultivam esta ideia, pois a ciência ocidental se consolidou baseada no pensamento cartesiano[3].

Dentre o escopo da física quântica, o Princípio da Incerteza, proposto pelo físico Werner Heisenberg, teve um grande impacto sobre a maneira de fazer ciência. Por este princípio ficou-se sabendo que grandezas físicas de outrora não eram facilmente determinadas; por exemplo, posição e velocidade de um corpo não são determinadas com exatidão, pois ao se medir um, o outro é automaticamente afetado de maneira que a sua determinação exata fica imprecisa.

Este é somente um exemplo de como os pesquisadores tiveram que reformular suas explicações da realidade a partir dos trabalhos envolvendo o mundo subatômico. Neste ponto, se você for questionador, irá rebater esta exposição com algo parecido com a afirmação: “ah, mas isso só ocorre porque estamos falando de átomos, coisas muito pequenas...”. Não esqueçamos que a ecologia[4] – a qual não é determinista, apesar de muitos ecólogos teimarem nessa linha de pensamento – nos ensina muito bem: dependendo da escala as explicações para um mesmo fenômeno pode ser diferente. O próprio Heisenberg disse: “toda palavra e todo conceito, por mais claros que possam parecer, têm apenas uma limitada gama de aplicabilidade”[5].

No mundo quântico, “coisas” sozinhas não fazem sentido. São as interconexões de determinam com o todo e a parte será (é a própria ecologia!). Portanto, se o observador faz parte do todo, ele não pode ser tratado como a parte e sim como construtor altamente correlacionado com o que é observado. Então, se o resultado de uma pesquisa é “vendido” como independente de quem realizou, duvide-o!

O Cientista (pesquisador ou observador) não está isolado de seu trabalho, pois os seus resultados são frutos de interconexões que não estão isoladas do seu ser e, consequentemente, de sua mente (totalidade parcial heideggeriana[6]). O produto do trabalho científico é, antes tudo, produto de conceitos, pensamento e valores do pesquisador[7] (o mal é para quem é bom, no entanto, o que é o mal para quem é mal?).

Se a ciência consiste busca pela verdade, então, porque acreditar em uma verdade quando, por definição, está sempre estará sendo procurada. Afinal, “se a ciência é a busca pela verdade, por que não divulgarmos a maneira pela qual ela é feita?”[8].




[1] Ramo da física (surgida nas primeiras décadas do século XX após os trabalhos de Max Planck, Albert Einstein, Neils Bohr, Loius de Broglie, Werner Heisenberg, Erwin Schröndinger, Wolfgang Pauli e Paul Dirac) que trata das explicações da natureza do mundo subatômico.
[2] FRITJOT CAPRA. 1982. Ponto de Mutação. Editora Cultrix.
[3] Referente à filosofia proposta pelo francês René Descartes (), onde a coisa material (físico, corpo,...) está separado da coisa espiritual (mente, alma, ...). O principal trabalho deste filósofo e alicerce do pensamento científico é “O Discurso do Método”.
[4] Área das Ciências Biológicas que estuda como são determinados padrões de distribuição e abundância resultante das relações dos seres vivos entre si e/ou das relações destes com o ambiente.
[5] Transcrito como em: FRITJOT CAPRA. 1977. O Tao da Física. Editora Cultrix.
[6] Relativo ao filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976). A totalidade parcial é aquela alcançada pelo Ser dentro da conjuntura atual, pois para se alcançar a totalidade em todo seu sentido deveria-se rejeitar a metafísica tradicional, o tecnicismo, a banalização e o anonimato (elementos presentes na cultura contemporânea).
[7] FRITJOT CAPRA. 1982. Ponto de Mutação. Editora Cultrix.
[8] DAVID RUELLE. 1991. Acaso e o Caos. Editora UNESP.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Comentário sobre o livro "Grão de Areia"

GRÃO DE AREIA
Por Luiz Mário de Melo e Silva*


É ALGO INUSITADO FOLHEAR UM LIVRO E NÃO ENCONTAR O SUMÁRIO, O QUE DEIXA PERDIDO O LEITOR ACOSTUMADO A SEGUIR TRILHAS VICIADAS, COMO OCORRE EM GRANDE PARTE DA VIDA, CONDICIONADA TALVEZ POR UMA EDUCAÇÃO REPRESSORA, COMO OCORREU COMIGO AO FOLHEAR A OBRA GRÃO DE AREIA, DE LUIZ AUGUSTO.
SENTI-ME COMO QUE DESORIENTADO, MEIO QUE PERDIDO POR CAUSA DO HÁBITO QUE TORNA A MEMÓRIA SELETIVA, INSTRUMENTAL (EMBRUTECIDA, COMO DIRIA O RENATO HISTORIADOR) A ESPERA DE RESULTADOS, DE MODELOS PREVIAMENTE ESTABELECIDOS.
MAS, ESTANDO “VIVENCIANDO” UM MOMENTO DOS “RENEGADOS”, COMO BEM SUGERIU O GRANDE ARTISTA JADER DOURADO SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL QUE PAIRA SOBRE SANTA IZABEL DO PARÁ, E BEBENDO NA FONTE DESSES NEGADOS ALGUMAS VEZES, QUE TÊM NO PAPO SOBRE SUAS ATIVIDADES ARTÍSTICAS (PAPO LIVRE, ABERTO À QUAISQUER SUGESTÕES – SEUS MAIS PODEROSOS MEIO DE RESISTÊNCIA, O QUE OS MANTÊM DE PÉS E FIRMES JUSTO POR ENCONTAR OS SEUS IGUAIS) APRENDI QUE A ORALIDADE É UM IGARAPÉ, UM RIO, UM OCEANO POR ONDE O ARTISTA FAZ DELES SUAS RUAS. DAÍ QUE DEIXEI-ME LEVAR PELA “MEMORIA ORAL”, CONSTRUIDA PELA VIVÊNCIA, PRATICADA ENTRE OS RENEGADOS, E ENTÃO ADQUIRI O LIVRO.   

QUAL NÃO FOI MINHA SURPRESA AO PERCEBER QUE GRÃO DE AREIA ESTÁ INSERIDO NO CONTEXTO SUGERIDO POR DOURADO, ONDE A “MEMÓRIA ORAL” É PATENTE JUSTO POR NÃO HAVER SUMÁRIO E NUMERAÇÃO DAS PÁGINAS? ONDE ELA SE FIRMA NOS CAUSOS QUE MODELAM O CIDADÃO DA PÓLIS GREGA, DE SENSO CRÍTICO E SABEDOR DA IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA PARA UMA SOCIEDADE JUSTA, IGUALITÁRIA FORMADORA DE HOMENS E MULHERES LIVRES COMO SE SENTEM ÀQUELES QUANDO LEVADOS PELAS ÁGUAS DOS IGARAPÉS DE SIPA.

A LIBERDADE EM OUSAR QUEBRAR AS ORDENS DAS COISAS (AUSÊNCIA DE SUMÁRIO E NUMERAÇÃO DAS PÁGINAS) É UMA CARACTERÍSTICA QUE APARECE NOS RENEGADOS POR ESTAREM NA VANGUARDA DOS ACONTECIMENTOS, COMO É O CASO DO RENATO HISTORIADOR, COM A LINGUAGEM DE HEROIS DE HQ NOS DEBATES POLÍTICOS, DO JADER DOURADO, OUSADO NA LINGUAGEM DO “METAL” (ÚTERO PAGÃO), E, COMO NÃO PODERIA DEIXAR DE SER, COM A PROFESSORA/PESQUISADORA MINERVINA DE LOURDES, PIONEIRA, TALVEZ, NESTA MAIS QUE SALUTAR NOVIDADE EM OUSAR INVERTER AS COISAS, COLOCANDO-AS EM SEUS VERDADEIROS LUGARES, POR ORDEM DE PRIORIDADE, COMO FAZ EM SEU ÚLTIMO LIVRO “SANTE IZABEL – CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA E AMBIENTAL”.
A PESQUISADORA FAZ A INVERSÃO DA ORDEM DOS TÓPICOS COMO DESCRITO NO SUBTÍTULO DA OBRA CONTIDO NA CAPA, ONDE A QUESTÃO AMBIENTAL ASSUME A PRIORIDADE, COMO TEM QUE SER - O QUE É FANTÁSTICO, É MARAVILHOSO.

MAS ESSA OUSADIA TEM UMA FONTE. É A BACIA HIDROGÁFICA DE SIPA, QUE SE ASSEMELHA AO SISTEMA CIRCULATÓRIO HUMANO, TÃO BEM DESCRITO E CONSIDERADO EM TAL OBRA DA PROFESSORA E SE FAZ PRESENTE, É PARTE DOS IZABELENSES DA GEMA. LEVANDO-OS A DESLIZAR PELOS RELATOS ORAIS, ASSIM COMO FAZEM OS RENAGADOS E ACONTECE COM UM GRÃO DE AREIA...ROLANDO NO FUNDO DUM IGARAPÉ.

*Coord. do Fórum em Defesa do Meio Ambiente de Icoaraci (FDMAI)
E-mail: luizmario_silva@yahoo.com.br / Tel.: 83636720
Icoaraci – Belém – Pará.

Poesia Amazônida: Precipício

Precipício
Por Luiz Mário de Melo e Silva
 
Curto a droga, amo a droga do precipício que são os meus amigos.
Um precipício sem fundo onde caio e não chego nunca,
porque os amigos são o meu mundo...

Atiro-me ainda sempre em queda livre,
nesse vazio escuro,
com o inconfessável desejo de impor meu submundo
a um espaço que com muito custo inundo.

Mas justo por ser de todos o mais profundo,
me autoconsumo em dores insanas
quando em suas paredes não consigo cravar meus dedos putos.
E ter que enfrentar o fracasso de não conseguir moldar um amigo.

Como também acontece com o precipício.
Ter amigos é como estar num precipício,
Onde não escolhemos nele cair.

Mergulhamos sem conhecer.
Num momento esbarramos quase nos fundindo
No outro nos distanciamos em queda livre,
Sem nada para tocar.

Nele estamos livres sem nada exigir,
Mas em profundo êxtase querendo algo para agarrar.


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Pseudos......


Pseudocultura

Por Luiz Mário de Melo e Silva*
 
A fusão da política com a religião, como ora assistimos, deixou comprovada aquilo que já não é mais possível escamotear o que vem ocorrendo há mais de 500 anos. Ou seja, a pseudocultura, ou atraso cultural.
Mas é necessário observar que tal revelação só foi possível como resultado justamente do uso de uma ferramenta que também é usada para manter a coisa ignorada, ferramenta esta que é a ciência.
Através da ciência podemos observar como ocorre parte do processo de alienação promovido pelo parlamento nacional com a eleição do deputado Marcos Feliciano para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), pois, se a única coisa que não se pode duvidar, é a capacidade dos políticos profissionais em acertar cientificamente, nos bastidores, quem será aquele a desempenhar o papel de maestro do grande circo romano em que se vê inserida a sociedade (e por que não, a humanidade?), para desviar a atenção e, consequentemente, esconder coisas piores, como a corrupção e seus praticantes, por exemplo.
Sim, pois, tais profissionais são exímios arquitetos e engenheiros da obra de furtar, roubar – e até matar, se preciso for – e de, ao fim e ao cabo, engabelar os cidadãos/eleitores sobre atos de incomensurável potencial nefando para estes, como bem demonstra o show do deputado/pastor, ungido a garoto propaganda do teatro de horrores que é a política nacional, por obra e graça unicamente de seus pares. Não há nada de ruim para tais senhores em tal espetáculo, pois dele retirarão conclusões que será o norte para as próximas eleições, sempre em benefícios próprios.
Em que pese todos os ganhos que o Congresso Nacional apresentou, nada se equipara à evidente pseudocultura que viceja neste país, com a eleição de tal deputado para a presidência da citada comissão, haja vista que tal processo cultural se configura na prática permanente de não permitir que a cultura original, verdadeira - sui generis - de um povo se faça presente, exista. Pois o evento protagonizado pelo dito deputado e pelo CN, releva que, há mais de 500 anos, política e religião são a mesma coisa neste país, algo que pode ser comprovado por ocasião das mais importantes datas religiosas serem consideradas feriados nacional, sem o mínimo questionamento do CN.
A envergadura que possui a CDHM, sendo presidida pelo deputado/pastor Marcos Feliciano, tende a estar a serviço do retrocesso cultural (pseudocultura) pela influência que possui tal político profissional.
A desconstrução da tentativa do todo processo evolutivo da verdadeira cultura nacional, a cultura de raiz (ou a consolidação da cultura estrangeira/pseudocultura), fica evidente se comparar a atuação do dito deputado/pastor às atuações da ex-ministra e ex-candidata à presidência do Brasil, que também é religiosa e política profissional conhecidíssima, e que, nem por isso, se utilizou de privilegiada condição para fazer proselitismos pessoal até, como enseja o caso do deputado em questão.
Ainda, fazendo uso da comparação entre o político (Feliciano) e a política (Marina), a situação tende a se tornar deprimente e gravíssima por demonstrar que a política cultural petrificada neste solo é a pseudocultura, como imposição da cultura religiosa de outros povos, que se configura também numa imposição de um machismo velado, haja vista que todas as religiões têm a figura do macho como centro, como não poderia ser diferente já que todas foram inventadas pelos mesmos. Ou seja, no fundo, todas tendem a convergir para a veneração e, portanto, submissão ao macho.
Assim, podemos perceber que a ciência, tutelada pela classe dominante, desde seu surgimento, está a serviço da alienação, do atraso, da pseudocultura fundindo política e religião que mantém o status quo, muito bem defendido pelos políticos profissionais.


*Coord. do Fórum em Defesa do Meio Ambiente de Icoaraci (FDMAI)  
E-mail: luizmario_silva@yahoo.com.br / Tel: 83636720 
Belém – Pará.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Poesia Amazônida (Infinitos aspectos)


Infinitos aspectos
(L. Mário)

Odeio amar o ódio.
Amo odiar o ódio.
Amo amar o ódio?
Odeio odiar o amor?

Não quero que me ame ou odeie.
 Mas suplico que ame e odeie
Com o mais íntimo de seu ser.
Para sentir o quão és  infinito aspectos da vida!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Naturezas

A natureza e deus

Por Luiz Mário de Melo e Silva 

Ao longo do tempo, o ser humano vem construindo sua história que desemboca em sociedades com modos peculiares de convivências, obviamente. Atualmente, porém, vemos delinear-se no horizonte uma nova sociedade que não é fruto de construção alguma, mas, ao contrário, é da destruição, para que houvesse seu conhecimento. É o caso de um mundo novo voltado para a valorização da natureza, pois, foi justamente em consequência da exaustão de seus recursos que chegamos (ou construímos?) a algo novo. Ou seja, ação humana direta.

Concomitante a isso a cultura floresce, deixando mais que evidente o quão fundamental é a importância da natureza, afinal, ela está na base de tudo, consolidando aquilo que se delineia com a prática humana. Que o digam os gregos antigos que, supostamente, entre tantos motivos, devido à carência de recursos naturais desenvolveram o culto à natureza por meio do culto de deuses, onde cada qual representava suas forças e elementos – sendo interessante notar a “invenção” de deuses, na cultura ocidental, sem que, no entanto, os gregos se arvorem como seus donos, como pretendem muitos religiosos (assunto para um momento oportuno).

Nesse sentido, a cultura grega criou uma espécie de fuga da miséria real para a riqueza ilusória (semelhante aos retirantes nordestinos), residindo talvez nisso a beleza da tragédia grega, que influenciou todo o mundo. Ou seja, na miséria (a fome), a invenção de deus é a solução (o alimento); como bem postulara Nietzsche: “o desejo de metafísica vem de uma fraqueza fisiológica”.

Ora, já não pode mais ser escamoteado o poder e a importância da natureza para a humanidade, pois, além de fomentadora de cultura, é incomparavelmente fonte de toda riqueza.

Ocorre que, como o ser humano se diferencia (?) dos outros animais pela cultura, reelaborando permanentemente e criando símbolos no espaço em que vive, tende a criar através da cultura um meio ambiente artificial, ou social, em oposição ao meio ambiente natural, sem, no entanto, nunca ter sido apartado verdadeiramente deste. 

E neste ponto reside uma grande confusão sobre como deve caminhar o mundo. Sendo orientado por aqueles que pretendem preservar a natureza ou por quem quer explorá-la ao máximo, destruindo-a? É claro que isso envolve decisão política em nível mundial, enfatizando, todavia, a cultura daqueles que sempre preservaram a natureza, onde a biodiversidade deve ser a referência, pois ela é de suma importância para compreender e organizar as mais variadas formas de culturas, ou o multiculturalismo, assim como se organizam as mais variadas formas de vida, numa perfeita simbiose. Há que se atentar para o darwinismo social como o mais perfeito modelo de meio ambiente artificial, na atual sociedade capitalista e suas consequências.

Em meio a essa questão, não há como negar o papel da ciência, afinal, como linguagem refinada da natureza ela não pode estar tutelada para servir como mecanismo de controle político com consequência fatal para a humanidade, pois, apresar de todo avanço científico conhecido não há como escamotear  que a miséria permanente  e os riscos para o planeta são assustadores, justo porque a ciência está sujeita a caprichos de uns poucos em detrimento da maioria. Dai que, as experiências culturais de muitos povos que existem em consonância com a preservação da natureza tem de ser utilizadas como modelo de uma nova sociedade mundial, pois embora pareça simplória a visão de quem vive direto em contato com o meio ambiente natural, produzindo sua própria existência, não se pode negar que o indivíduo nessas condições não possui um entendimento  fragmentado do espaço em que vive.

Ao contrário, é riquíssimo o sentido de harmonia que possui - é tanto que parece um ser indolente, sem aparente necessidade de esforço para sua manutenção, justamente por possuir todos os recursos necessários para sua realidade, conseguindo perceber a perfeita relação que há na natureza. Um excelente exemplo dessa visão é a fotografia em que as copas das árvores da beira do rio se tocam, embora apareçam separadas pelo próprio rio. Ora, há algo mais unificador que a água? Outro exemplo ocorre com a população ribeirinha que convive entre o rio, o chão firme e a floresta. Ora, querer então que a natureza seja representada por apenas um de seus elementos é realimentar o ponto de vista grego de natureza que não corresponde, sobretudo no ambiente amazônico, que dirá mundial. Ou seja, uma perspectiva reducionista.

 
(Foto: Paulo Guilherme Pinheiro II, 2012. Publicada em: Burrizes)

Alguém poderia observar que há uma semelhança entre a história de colonização das cidades gregas e o Brasil, onde ambos sofreram a invasão de vários povos, levando-os ter um povo miscigenado, e consequentemente uma cultura riquíssima. O corre que, diferente do Brasil, a Grécia Antiga não teve seus nativos desconsiderados, escravizados, em parte, até, ainda que esse período seja conhecido como período Homérico, Idade Média Grega ou Idade das Trevas, época em que prevalecia a mitologia, e por meio dela pudesse haver uma relação mais respeitosa com a natureza, ainda que não de toda verdadeira, pois nela não há deuses e, sim, a vida como o centro de tudo que não faz distinção do mais simples ao mais complexo dos seres. Ao contrário do Brasil que todos conhecem o porquê da colonização.

Nesse sentido, fragmentar a natureza pra tentar entender e dominá-la  é o mesmo que separar o cérebro do corpo para falar do ser humano completo ou separar a semente do chão fértil e pretender que se torne árvore com bons frutos. Ou, ainda, achar que deus tem alguma importância sem a existência o ser humano, para venerá-lo(?), haja vista que ele (ser humano) é a natureza condensada.


* Coord. do Fórum em Defesa do Meio Ambiente de Icoaraci (FDMAI).
E-mail: luizmario_silva@yahoo.com.br / Tel.: 83636720
Icoaraci – Belém – Pará

domingo, 13 de janeiro de 2013

Posia Amazônida ()

--> Um assassino
na noite
o crime a silenciar
cortinas levantadas
justificativas arranjadas
sugadas no bueiro
da calçado, depois da chuva

Cenas partidas
Memórias de um futuro distante
A insegurança de ser você
Produzir na insônia insólita solitária
Dessa noite feliz por estar com você
Lampejos de uma mente cansada
Onde a caneta ganha semi-vida

Flutuando para levitar
Mas isso é antigo
Desde a infância


Madrugada, 07/01/2013

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Poesia Amazônida (Apenas mais um. Ou uma.)

Apenas mais um. Ou uma.

Por Luiz Mário de Melo e Silva*

Mais um dia, entre tantos outros a luz do sol povoou minha retina.
Mas, e a luz da lua?
Sob a qual as bruxas vagueiam em suas vassouras?
Levando sua força; e cura;
E amor; e conforto; e tanto mais?
O sol: “O cara!”
Que raia sobre aqueles que querem a fama.
A notícia do dia seguinte.
Que acordam mais tarde,
Querendo ser o seu senhor?
A referência para o novo dia? O novo ano?
A esse senhor, agradeço por me fazer enxergar...
A Bruxa!!! Me fazer olhar com seuzolhos.
Ah! Quanta falta faz uma bruxa!!!!
Que cura na escuridão da floresta.
Que vela pelos sonos, e sonhos, alheios.
Que, enquanto é apedrejada,
Incorpora a armadura para lutar pelos seus.
Joana d’arc é seu nome, entre tantas Marias, Raimundas, Cremildas...
Idas e vindas da vida!
É o que os machos
Tardiamente, reconhecem.
Mas tudo bem!
A bruxa sob a luz da lua
Está no garçom, no porteiro, na enfermeira,
No policial, no vigia, no padre, no cachorro,
No amor à beira da praia... do rio...no doente...nos hospitais...nas penitenciárias....no povo.
Ah!, como o mundo seria melhor,
Se povoado de bruxinhas,
Fosse administrado pelas geradoras da vida...
Em apenas mais um dia...ou uma noite...

Observados pelos bombonzeiros e...papudinhos!



* Coord. do Fórum em Defesa do Meio Ambiente de Icoaraci (FDMAI)
E-mail: luizmario_silva@yahoo.com.br / Tel.: (91) 83636720