Pseudocultura
Por Luiz Mário de Melo e Silva*
A
fusão da política com a religião, como ora assistimos, deixou
comprovada aquilo que já não é mais possível escamotear o que vem
ocorrendo há mais de 500 anos. Ou seja, a pseudocultura, ou atraso
cultural.
Mas é
necessário observar que tal revelação só foi possível como
resultado justamente do uso de uma ferramenta que também é usada
para manter a coisa ignorada, ferramenta esta que é a ciência.
Através
da ciência podemos observar como ocorre parte do processo de
alienação promovido pelo parlamento nacional com a eleição do
deputado Marcos Feliciano para presidir a Comissão de Direitos
Humanos e Minorias (CDHM), pois, se a única coisa que não se pode
duvidar, é a capacidade dos políticos profissionais em acertar
cientificamente, nos bastidores, quem será aquele a desempenhar o
papel de maestro do grande circo romano em que se vê inserida a
sociedade (e por que não, a humanidade?), para desviar a atenção
e, consequentemente, esconder coisas piores, como a corrupção e
seus praticantes, por exemplo.
Sim,
pois, tais profissionais são exímios arquitetos e engenheiros da
obra de furtar, roubar – e até matar, se preciso for – e de, ao
fim e ao cabo, engabelar os cidadãos/eleitores sobre atos de
incomensurável potencial nefando para estes, como bem demonstra o
show do deputado/pastor, ungido a garoto propaganda do teatro de
horrores que é a política nacional, por obra e graça unicamente de
seus pares. Não há nada de ruim para tais senhores em tal
espetáculo, pois dele retirarão conclusões que será o norte para
as próximas eleições, sempre em benefícios próprios.
Em
que pese todos os ganhos que o Congresso Nacional apresentou, nada se
equipara à evidente pseudocultura que viceja neste país, com a
eleição de tal deputado para a presidência da citada comissão,
haja vista que tal processo cultural se configura na prática
permanente de não permitir que a cultura original, verdadeira - sui
generis - de um povo se faça presente, exista. Pois o evento
protagonizado pelo dito deputado e pelo CN, releva que, há mais de
500 anos, política e religião são a mesma coisa neste país, algo
que pode ser comprovado por ocasião das mais importantes datas
religiosas serem consideradas feriados nacional, sem o mínimo
questionamento do CN.
A
envergadura que possui a CDHM, sendo presidida pelo deputado/pastor
Marcos Feliciano, tende a estar a serviço do retrocesso cultural
(pseudocultura) pela influência que possui tal político
profissional.
A
desconstrução da tentativa do todo processo evolutivo da verdadeira
cultura nacional, a cultura de raiz (ou a consolidação da cultura
estrangeira/pseudocultura), fica evidente se comparar a atuação do
dito deputado/pastor às atuações da ex-ministra e ex-candidata à
presidência do Brasil, que também é religiosa e política
profissional conhecidíssima, e que, nem por isso, se utilizou de
privilegiada condição para fazer proselitismos pessoal até, como
enseja o caso do deputado em questão.
Ainda, fazendo uso da comparação entre o político (Feliciano) e a
política (Marina), a situação tende a se tornar deprimente e
gravíssima por demonstrar que a política cultural petrificada neste
solo é a pseudocultura, como imposição da cultura religiosa de
outros povos, que se configura também numa imposição de um
machismo velado, haja vista que todas as religiões têm a figura do
macho como centro, como não poderia ser diferente já que todas
foram inventadas pelos mesmos. Ou seja, no fundo, todas tendem a
convergir para a veneração e, portanto, submissão ao macho.
Assim, podemos perceber que a ciência, tutelada pela classe
dominante, desde seu surgimento, está a serviço da alienação, do
atraso, da pseudocultura fundindo política e religião que mantém o
status quo, muito bem defendido pelos políticos profissionais.
E-mail: luizmario_silva@yahoo.com.br / Tel: 83636720
Belém – Pará.
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