GRÃO DE AREIA
Por Luiz Mário de Melo e Silva*
É ALGO INUSITADO FOLHEAR UM LIVRO E NÃO ENCONTAR O SUMÁRIO, O QUE DEIXA PERDIDO O LEITOR ACOSTUMADO A SEGUIR TRILHAS VICIADAS, COMO OCORRE EM GRANDE PARTE DA VIDA, CONDICIONADA TALVEZ POR UMA EDUCAÇÃO REPRESSORA, COMO OCORREU COMIGO AO FOLHEAR A OBRA GRÃO DE AREIA, DE LUIZ AUGUSTO.
SENTI-ME COMO QUE DESORIENTADO, MEIO QUE PERDIDO POR CAUSA DO HÁBITO QUE TORNA A MEMÓRIA SELETIVA, INSTRUMENTAL (EMBRUTECIDA, COMO DIRIA O RENATO HISTORIADOR) A ESPERA DE RESULTADOS, DE MODELOS PREVIAMENTE ESTABELECIDOS.
MAS, ESTANDO “VIVENCIANDO” UM MOMENTO DOS “RENEGADOS”, COMO BEM SUGERIU O GRANDE ARTISTA JADER DOURADO SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL QUE PAIRA SOBRE SANTA IZABEL DO PARÁ, E BEBENDO NA FONTE DESSES NEGADOS ALGUMAS VEZES, QUE TÊM NO PAPO SOBRE SUAS ATIVIDADES ARTÍSTICAS (PAPO LIVRE, ABERTO À QUAISQUER SUGESTÕES – SEUS MAIS PODEROSOS MEIO DE RESISTÊNCIA, O QUE OS MANTÊM DE PÉS E FIRMES JUSTO POR ENCONTAR OS SEUS IGUAIS) APRENDI QUE A ORALIDADE É UM IGARAPÉ, UM RIO, UM OCEANO POR ONDE O ARTISTA FAZ DELES SUAS RUAS. DAÍ QUE DEIXEI-ME LEVAR PELA “MEMORIA ORAL”, CONSTRUIDA PELA VIVÊNCIA, PRATICADA ENTRE OS RENEGADOS, E ENTÃO ADQUIRI O LIVRO.
QUAL NÃO FOI MINHA SURPRESA AO PERCEBER QUE GRÃO DE AREIA ESTÁ INSERIDO NO CONTEXTO SUGERIDO POR DOURADO, ONDE A “MEMÓRIA ORAL” É PATENTE JUSTO POR NÃO HAVER SUMÁRIO E NUMERAÇÃO DAS PÁGINAS? ONDE ELA SE FIRMA NOS CAUSOS QUE MODELAM O CIDADÃO DA PÓLIS GREGA, DE SENSO CRÍTICO E SABEDOR DA IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA PARA UMA SOCIEDADE JUSTA, IGUALITÁRIA FORMADORA DE HOMENS E MULHERES LIVRES COMO SE SENTEM ÀQUELES QUANDO LEVADOS PELAS ÁGUAS DOS IGARAPÉS DE SIPA.
A LIBERDADE EM OUSAR QUEBRAR AS ORDENS DAS COISAS (AUSÊNCIA DE SUMÁRIO E NUMERAÇÃO DAS PÁGINAS) É UMA CARACTERÍSTICA QUE APARECE NOS RENEGADOS POR ESTAREM NA VANGUARDA DOS ACONTECIMENTOS, COMO É O CASO DO RENATO HISTORIADOR, COM A LINGUAGEM DE HEROIS DE HQ NOS DEBATES POLÍTICOS, DO JADER DOURADO, OUSADO NA LINGUAGEM DO “METAL” (ÚTERO PAGÃO), E, COMO NÃO PODERIA DEIXAR DE SER, COM A PROFESSORA/PESQUISADORA MINERVINA DE LOURDES, PIONEIRA, TALVEZ, NESTA MAIS QUE SALUTAR NOVIDADE EM OUSAR INVERTER AS COISAS, COLOCANDO-AS EM SEUS VERDADEIROS LUGARES, POR ORDEM DE PRIORIDADE, COMO FAZ EM SEU ÚLTIMO LIVRO “SANTE IZABEL – CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA E AMBIENTAL”.
A PESQUISADORA FAZ A INVERSÃO DA ORDEM DOS TÓPICOS COMO DESCRITO NO SUBTÍTULO DA OBRA CONTIDO NA CAPA, ONDE A QUESTÃO AMBIENTAL ASSUME A PRIORIDADE, COMO TEM QUE SER - O QUE É FANTÁSTICO, É MARAVILHOSO.
MAS ESSA OUSADIA TEM UMA FONTE. É A BACIA HIDROGÁFICA DE SIPA, QUE SE ASSEMELHA AO SISTEMA CIRCULATÓRIO HUMANO, TÃO BEM DESCRITO E CONSIDERADO EM TAL OBRA DA PROFESSORA E SE FAZ PRESENTE, É PARTE DOS IZABELENSES DA GEMA. LEVANDO-OS A DESLIZAR PELOS RELATOS ORAIS, ASSIM COMO FAZEM OS RENAGADOS E ACONTECE COM UM GRÃO DE AREIA...ROLANDO NO FUNDO DUM IGARAPÉ.
*Coord. do Fórum em Defesa do Meio Ambiente de Icoaraci (FDMAI)
E-mail: luizmario_silva@yahoo.com.br / Tel.: 83636720
Icoaraci – Belém – Pará.
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