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"Não é o bastante ver que um jardim é bonito sem ter que acreditar também que há fadas escondidas nele?"
(Douglas Adams, 1952-2001)

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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mulheres, Brasil, política, machismo...

As mulheres

A disputa política tende a tratar o povo como estúpido. E nesse meio a mulher parece a mais prejudicada – para não dizer, desrespeitada. Pois, nestes tempos de redemocratização, sobretudo no atual governo presidencial, as mulheres têm sofrido certo grau de discriminação se forem comparadas aos homens do presidente.

Benedita da Silva, Matilde Ribeiro, Heloisa Helena, Marina Silva, Erenice Guerra são exemplos de mulheres que experimentaram o ranço de machismo que ainda impera no País, fato ocorrido por se encontrarem em situações que poderiam causar algum desgaste ao presidente Lula.

É inquestionável a autonomia do superior hierárquico quanto à orientação que devem seguir os subordinados, ainda que para mantê-la seja necessário a dispensa de pessoas que não contemplem o perfil desejado. A questão é a maneira como se deu o desligamento das pessoas elencadas, ou seja, em rito sumário.

Coisa diferente ocorreu com os homens do governo federal, que tiveram a complacência do presidente, com tempo suficiente para apresentarem suas defesas em público. Houve até quem “recebesse cheque em branco”.

No jogo político os integrantes das equipes sabem a função a desempenhar, ainda mais quando tem que estar prontos para o sacrifício às ordens do capitão do time (para ficarmos na metáfora futebolística de Lula), como fizeram as mulheres do presidente, que foram defenestradas sem dó nem piedade – em casos que não há espaço para comentar.

Todavia, um fato curioso que passa amazonicamente despercebido se refere à esposa de Lula, sra. Marisa.

Aqui a questão não é tratar de algo pessoal. Ate porque o respeito e veneração às mulheres é a tônica do texto, bem como do autor.

O que sobressai é que nos governos civis as mulheres dos ex-presidentes ocuparam funções públicas, em pastas relacionadas a programas sociais, algo que parece se adequar ao perfil feminino, havendo até quem elaborasse programas nesse sentido – coisa que não ocorre no atual governo.

Qual seria o motivo da diferença deste governo para os anteriores? Seria personalismo, egoísmo?, impedindo que a mulher deixe de ocupar um cargo que supostamente seria feminino. Sim, porque, o que faz o presidente Lula atingir índice de popularidade como “nunca antes na história do País” são os programas sociais implementados em maior escala.

Sendo o personalismo o norte seguido por Lula, ele, então, afasta sua esposa para desfrutar das glória que caberia a ela, já que, em se tratando da questão econômica/financeira, que requer domínio científico, o presidente demonstra deficiência, para não dizer ignorância, haja vista não alterar – e seguir à risca – o programa de seu antecessor, além de dizer não ter apreço por estudo. Sendo, então, mais fácil para ele desempenhar, simbolicamente, a condição de mãe no papel de conciliadora à área restrita ao lar, como culturalmente é vista a mulher.

Mas a grande incógnita é: o que será da sra. Dilma na condição de presidenta da República, tendo políticos profissionais envolvidos em crimes nos bastidores do poder possivelmente a acossá-la por proteção. Lula estará sem mandato, logo, estará sem imunidade do cargo. E tendo o perfil que possui o que poderá ocorrer? Ainda mais sabendo que Dilma é neófita em mandato político, e, o pior, sem base de sustentação como são os vários grupos que apoiam os profissionais da política de longas datas.

Confesso estar temeroso quanto ao que pode acontecer a Dilma. Extensão que faço a todas mulheres, que poderão ser vistas de maneira pejorativa se Dilma claudicar em sua missão, pois outra característica pode ser acrescida ao caráter de Lula, que é o machismo, como os fatos demonstrados afirmam, embora isso seja calculadamente escamoteado pelo próprio Lula e os áulicos que gravitam ao seu redor; machismo que se encontra em estado de leve sonolência na sociedade, mas ameaça despertar com fúria, como ocorre com o caso do aborto em que a mulher não pode decidir sobre seu corpo.

Esta pode ser uma observação equivocado. Mas o contrário pode fazer sofrer todos e todas. Com a palavra, as mulheres.



Autor: Luiz Mário de Melo e Silva
Coord. Do Fórum em Defesa do Meio Ambiente de Icoaraci (FDMAI)
e-mail: luizmario_silva@yahoo.com.br
Icoaraci – Belém – Pará.

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