As Vadias
Por Luiz Mário de Melo e Silva
Coord. do Fórum em Defesa do Meio Ambiente de Icoaraci
(FDMAI)
Icoaraci – Belém – Pará.
A humanidade deve sua existência a uma vadia. E que Vadia!,
que jamais se submeterá a alguém. Aliás, a tentativa de imposição dessa
proposta tem levado a humanidade a sofrer as maiores tragédias de que se tem
notícia, coisa que tende a mudar, para a felicidade geral.
A Vadia em questão é a natureza que, na sua vadiagem, deu a luz a quem pretende ser seu algoz e sua porta-voz é a mulher, que, semelhante à vadia-mor, tem vivido as mesmas situações. Na verdade, não há distinções e todas acabam por serem una quando se observa, sobretudo, a capacidade de decidir sobre a vida.
Quem assistiu a Marcha das Vadias ocorrida em Belém, no dia 28/08/10, certamente ficou impressionado e não teve como ficar impassível diante do que se passava, pois as mulheres que ali estavam mostravam uma desenvoltura assustadoramente saudável quando se reflete sobre o que traziam - e pretendem - seus olhares, gestos, cantos, discursos e palavras de ordem, sobretudo a que dizia “Se o papa fosse mulher o aborto seria legal!, seria legal, seria legal!”. Entre tudo que ocorreu, isso talvez fosse o que mais chamou a atenção.
A Vadia em questão é a natureza que, na sua vadiagem, deu a luz a quem pretende ser seu algoz e sua porta-voz é a mulher, que, semelhante à vadia-mor, tem vivido as mesmas situações. Na verdade, não há distinções e todas acabam por serem una quando se observa, sobretudo, a capacidade de decidir sobre a vida.
Quem assistiu a Marcha das Vadias ocorrida em Belém, no dia 28/08/10, certamente ficou impressionado e não teve como ficar impassível diante do que se passava, pois as mulheres que ali estavam mostravam uma desenvoltura assustadoramente saudável quando se reflete sobre o que traziam - e pretendem - seus olhares, gestos, cantos, discursos e palavras de ordem, sobretudo a que dizia “Se o papa fosse mulher o aborto seria legal!, seria legal, seria legal!”. Entre tudo que ocorreu, isso talvez fosse o que mais chamou a atenção.
A palavra era entoada com uma fúria que arrepiava qualquer
um, ainda mais se comparada à força da mãe natureza quando se manifesta aos
homens através de fenômenos de todos conhecidos.
Também, não era para menos, pois, assim como a natureza
sempre foi escamoteada e com isso oprimida, as mulheres, também, historicamente
são vítimas de abusos de toda ordem, sejam eles físico, psicológico e
ideológico impostos, infelizmente, pela moral masculina - diga-se -, que começa
a ser contraditada pela bagunça que se
assiste mundo afora, justamente organizado pelo costume imposto pelos homens –
algo inteligentemente percebido pelas feministas quando definem que “a
objetividade é a subjetividade masculina”.
Pois o brado em questão, se bem pensado, remete a ideia de
liberdade que todos almejam, algo que é inerente tanto à natureza quanto ao ser
humano, o que, aliás, tende a explicar o
que se entende por “natureza” humana em
sua mais peculiar característica, haja vista que na primeira a liberdade é
total enquanto que na segunda tal pensamento se acha condicionado pela moral –
coisa que as mulheres têm tentado superar ao longo dos tempos, embora pareçam
não serem atendidas em sua reivindicação.
Aliás, outra coisa em que as mulheres foram muitíssimo
felizes foi o fato de não terem dado à
marcha a conotação de algo sexista, pois em consonância com a natureza, que não
discrimina ninguém e, ao contrário, nivela a todos e todas ao mesmo grau de
importância, e por causa disso fez com que conquistassem mentes e corações de
muitos homens ali presentes, ainda que fosse namorados, maridos, amantes ou
simplesmente simpatizantes, numa simbiose maravilhosa, onde talvez aqueles
homens também se sentissem oprimidos por uma condição que não fora elaborada
por eles e acompanhando-as pudessem se sentir um pouco mais livres.
Daí, que venham as Vadias. Pois que, sendo as culpadas pela
perda do paraíso, proporcionaram, ainda que com seus sofrimentos, a condição
para que a humanidade possa fazer uso da inteligência para alcançar a
liberdade, atributos da Vadia maior, tão bem representada pelas mulheres, em
sua condição de parideiras (ou não) de algum suposto salvador – coisa que a
natureza não tá nem aí.
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