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"Não é o bastante ver que um jardim é bonito sem ter que acreditar também que há fadas escondidas nele?"
(Douglas Adams, 1952-2001)

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Meio ambiente

Natureza

Ao imaginar-se apartado da Natureza, o homem tenta subjugá-la. Mas qual não foi sua surpresa ao se descobrir não mais o controlador e sim o controlado por ela? Estes tempos de aquecimento global e de poluição ambiental, ainda que alguns céticos tentem negar, provam isto.

Tanto o aquecimento quanto o resfriamento são fenômenos naturais. Porém a maneira como vêm ocorrendo, com variáveis como a velocidade com que ocorre, intensidade e retenção de calor são novidades que escapam (propositalmente, diga-se!) às comparações entre passado e presente, para justificar o injustificável como fazem os capitalistas, não podem ser escamoteadas nas discussões sobre o meio ambiente, pois são vitais para exemplificar o quanto a excessiva manipulação da Natureza acabou por tornar-se nociva ao homem.

E não é demais observar que, embora o homem há muito já não habite cavernas, suas substitutas são uma das que mais contribui com o aquecimento. Ou seja, as casas, agora em prédios de dezenas, e até mesmo centenas, de andares são paredões que acumulam calor e o dissipam à noite, mantendo o aquecimento como nunca ocorreu. O que dizer da produção, em escala industrial, de objetos que também produzem calor, além de outros mais, como nunca antes visto? E a concentração urbana? O desmatamento? Enfim, atuações exageradas não estão causando males à espécie humana?

Embora pareça lugar-comum, mas a degradação ambiental atinge diretamente as espécies, sobretudo a humana que tem consciência (?) de seus atos. Nocivos, por assim dizer, quando exploram a Natureza apenas para o acúmulo do capitalismo – agora em fase de agonia, e por isso mesmo, tenta adiar seu fim patrocinando o falso discurso de desenvolvimento sem levar em consideração a real relação das espécies com a Natureza, procurando manter o distanciamento entre ambas, como algo antagônico, num processo de permanente confronto tão a gosto de seu perfil alienante e, portanto, mortal -, que tem que concluir seu ciclo sem mais rodeios, para o bem do planeta, logo, da vida.

Portanto, ainda que “a longo prazo todos estejamos mortos”, como bem frisou Lorde Keyne, podemos, se desejarmos, alongar esse “longo prazo”, tomando como norte a percepção da intrínseca dependência que tem a espécie humana, a partir da condição de ser onívora, de todos os nutrientes, em iguais proporções, contidos na Natureza. Outra questão a ser ferrenhamente aceita é quanto à constituição físico-quimico do organismo humano, como pode ser facilmente comprovado se decomposto por qualquer bioquímico experimentado, como algo que contém todos os elementos da tabela periódica, ou seja, de tudo que forma a Natureza, confirmando a inequívoca idéia de que o ser humano não se encontra apartado dela.

Ao contrário, é a própria natureza condensada descoberta como tal a partir do trabalho intelectual e científico. Trabalho que, segundo Karl Marx, “é antes de tudo um processo entre o homem e a Natureza, um processo em que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a Natureza”. E compreender isto é utilizar o primoroso subproduto da Natureza. Isto é: a inteligência para o bem.


Autor: Luiz Mário de Melo e Silva
; luizmario_silva@yahoo.com.br
Coord. do Fórum em Defesa do Meio Ambiente de Icoaraci (FDMAI)

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