A Escola Russa de Matemática
Procurando na internet sobre alguns notáveis na matemática de origem russa, deparo-me com a solução de um dos problemas aberto na matemática, a Conjectura de Poincaré.
Pode parecer contraditório - solução de um problema aberto, mas é isso mesmo! A matemática, como qualquer ciência, possui problemas a serem resolvidos. Engraçado que antes achava que esse mistério, com relação aos conhecedores do mundo dos números, era somente por parte de leigos (ou não iniciados na arte dos números), mas conheci alguns profissionais que acham o mesmo: que na matemática está tudo muito bem acabado.
O curioso é: por que somente com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas os pensadores (aqui expando para diversas áreas) os soviéticos/russos começaram a ser reconhecidos por seus trabalhos. Pois, se os trabalhos estão sendo reconhecidos, então não começaram ontem, a não ser que os seres do além tenham enviado as soluções.
"Eu não acho que eu seja de interesse público, eu não falo isso por causa da minha privacidade, não tenho nada a esconder. Só acho que o público não deve se interessar por mim. Jornais deveriam ter mais discernimento sobre o que publicar, deveriam ter mais requinte. Até onde eu sei, não ofereço nada que acrescente à vida dos leitores. Publiquei meus achados. É isto que ofereço ao público". É com essas palavras que Grigori Yakovlevich Perelman (ou Grisha Perelman) respondeu a um jornal sobre sua contribuição ao mundo, a solução da Conjectura de Poincaré.
Perelman, à época, da publicação de seu trabalho e validação por outros especialistas abalou a comunidade científica com dois belos golpes. Não publicou seu trabalho em periódicos especializados, as chamadas revistas científicas. Simplesmente, os disponibilizou na internet -- quem mais teria essa coragem? Estes artigos podem ser consultados nos endereços: http://arxiv.org/abs/math/0211159, http://arxiv.org/abs/math/0303109 e http://arxiv.org/abs/math/0307245.
O golpe final ficou pela recusa dos prêmios que adviram com o reconhecimento do seu feito. Provavlmente, Perelman tenha ficado mais famoso pelas recusas dos prêmios oferecidos (Fields Medal), pois a área de suas pesquisas pode ser considerada do domínio de pouquíssimos (uma boa explicação pode ser encontrada em: Perelman e a conjectura de Poincaré). Afinal, em nossa época as pessoas são valorizadas pelos seus contra-cheques. Perelman sabe muito bem que valores escritos em um papel são virtuais e que o trabalho é, antes de tudo, fruto do intelecto, algo sublime, da natureza, e não de um valor que será recebido em dia certo, portanto, reduzindo a capacidade de alguém. Infelizmente, um feito que não apareceu na "Retrospectiva 2010".
Pode parecer contraditório - solução de um problema aberto, mas é isso mesmo! A matemática, como qualquer ciência, possui problemas a serem resolvidos. Engraçado que antes achava que esse mistério, com relação aos conhecedores do mundo dos números, era somente por parte de leigos (ou não iniciados na arte dos números), mas conheci alguns profissionais que acham o mesmo: que na matemática está tudo muito bem acabado.
O curioso é: por que somente com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas os pensadores (aqui expando para diversas áreas) os soviéticos/russos começaram a ser reconhecidos por seus trabalhos. Pois, se os trabalhos estão sendo reconhecidos, então não começaram ontem, a não ser que os seres do além tenham enviado as soluções.
"Eu não acho que eu seja de interesse público, eu não falo isso por causa da minha privacidade, não tenho nada a esconder. Só acho que o público não deve se interessar por mim. Jornais deveriam ter mais discernimento sobre o que publicar, deveriam ter mais requinte. Até onde eu sei, não ofereço nada que acrescente à vida dos leitores. Publiquei meus achados. É isto que ofereço ao público". É com essas palavras que Grigori Yakovlevich Perelman (ou Grisha Perelman) respondeu a um jornal sobre sua contribuição ao mundo, a solução da Conjectura de Poincaré.
Perelman, à época, da publicação de seu trabalho e validação por outros especialistas abalou a comunidade científica com dois belos golpes. Não publicou seu trabalho em periódicos especializados, as chamadas revistas científicas. Simplesmente, os disponibilizou na internet -- quem mais teria essa coragem? Estes artigos podem ser consultados nos endereços: http://arxiv.org/abs/math/0211159, http://arxiv.org/abs/math/0303109 e http://arxiv.org/abs/math/0307245.
O golpe final ficou pela recusa dos prêmios que adviram com o reconhecimento do seu feito. Provavlmente, Perelman tenha ficado mais famoso pelas recusas dos prêmios oferecidos (Fields Medal), pois a área de suas pesquisas pode ser considerada do domínio de pouquíssimos (uma boa explicação pode ser encontrada em: Perelman e a conjectura de Poincaré). Afinal, em nossa época as pessoas são valorizadas pelos seus contra-cheques. Perelman sabe muito bem que valores escritos em um papel são virtuais e que o trabalho é, antes de tudo, fruto do intelecto, algo sublime, da natureza, e não de um valor que será recebido em dia certo, portanto, reduzindo a capacidade de alguém. Infelizmente, um feito que não apareceu na "Retrospectiva 2010".
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Referências:
- Grigori Perelman. Wikipedia (Português).
Grigori Perelman. Wikipedia (Inglês).
- Matemático resolve problema centenário e recusa US$ 1 milhão. Terra.
Matemático russo recusa prêmio de US$ 1 milhão. BBC Brasil. 2010.
- Gênio russo rejeita 'Nobel da Matemática'. BBC Brasil. 2006.
Perelman e a conjectura de Poincaré. Ciência Hoje. 2006.
ARTIGOS:
Autor: Paulo Guilherme Pinheiro
- Grigori Perelman. Wikipedia (Português).
Grigori Perelman. Wikipedia (Inglês).
- Matemático resolve problema centenário e recusa US$ 1 milhão. Terra.
Matemático russo recusa prêmio de US$ 1 milhão. BBC Brasil. 2010.
- Gênio russo rejeita 'Nobel da Matemática'. BBC Brasil. 2006.
Perelman e a conjectura de Poincaré. Ciência Hoje. 2006.
ARTIGOS:
- G. Perelman. 2002. The entropy formula for the Ricci flow and its geometric applications.
- G. Perelman. 2003. Ricci flow with surgery on three-manifolds.
- G. Perelman. 2003. Finite extinction time for the solutions to the Ricci flow on certain three-manifolds.
Autor: Paulo Guilherme Pinheiro
pauloguilhermez@yahoo.com.br
Texto indicado pelo Prof. J.B. Nascimento (joaobatistanascimento@yahoo.com.br).
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3 - Conjectura de Poincaré
27 de outubro de 2009
Marcelo Viana (IMPA)
Os astrónomos e os cosmólogos observam o mundo à nossa volta procurando compreender as leis da matéria e da energia, as leis que regem a evolução do Universo. A partir da Teoria da Relatividade de Einstein sabemos que essas leis estão intimamente ligadas à geometria (a "forma") do Universo.
Sabemos por exemplo que se a densidade da matéria contida no Universo for suficientemente grande, então ele deverá ser um espaço fechado, limitado; caso contrário, deverá ser um espaço aberto. Qual destas possibilidades ocorre realmente? Qual é a forma do Universo?
Ao mesmo tempo os matemáticos analisam as formas puras do pensamento para entenderem que modelos são possíveis e permitir, portanto, identificar analisar os que melhor se adaptam às observações cosmológicas.
A Conjectura de Poincaré, um dos mais famosos problemas da Matemática, insere-se naturalmente nesse estudo. Ela afirma que todo o espaço tridimensional fechado "sem buracos" tem uma forma essencialmente esférica. Formulada no início do século XX pelo grande matemático francês Henri Poincaré – também um dos principais artífices da Teoria da Relatividade – esta Conjectura permaneceu um problema em aberto durante cerca de cem anos. Até que, no final de 2003, o matemático russo Gregori Parelman começou a publicar na internet uma série de artigos científicos que contêm a solução desse problema.
Durante o século XX, a Conjectura de Poincaré foi um foco motivador para avanços notáveis na Geometria e na Topologia. A sua história, antes e depois da sua resolução, está recheada de personagens interessantes e episódios rocambolescos, que atraíram a atenção dos meios de comunicação mundial e do público em geral.
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disponível em:
http://vigo.ime.unicamp.br/pensamento/
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