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sexta-feira, 24 de junho de 2011

...a Academia Paraense de Letras.



AS LETRAS DE LUTO


A Academia Paraense de Letras (APL) perdeu uma excelente ocasião de voltar a ser das letras, e não de uma elite – que não é intelectual – que aos poucos vem se apossando daquele chamado sodalício. Ao eleger o senhor Ubiratan Aguiar com 22 votos para a vaga do falecido poeta Alonso Rocha, negando a entrada naquela entidade cultural aos poetas e escritores de reconhecidos méritos, quais sejam Antônio Juraci Siqueira e Milton Camargo, na eleição de hoje, a APL virou as costas para os escritores do Estado, que até então viam na instituição um respeitável exemplo de amor à Literatura.

Não cabe nem comparar os currículos dos candidatos item por item, porque seria covardia extrema com o senhor Aguiar. Antônio Juraci Siqueira é um dos mais premiados escritores paraenses de todos os tempos, aclamado pela crítica e pelo gosto popular, não por acaso glorificado por quem convive com ele, como eu, há mais de duas décadas. Milton Camargo, também, além de ser um consagrado autor de livros infanto-juvenis, é poeta premiado pela APL e foi professor da Universidade Federal do Pará. Por que negar o acesso dos dois, então?

A resposta é que, há muito tempo, a APL se tornou uma Assembléia Paraense de Letras, onde ser detentor do título de acadêmico tem pouco a ver com o saber e muito mais com o poder aquisitivo do candidato à pretensa “imortalidade”. Nesse sentido, convenhamos, perdeu muito mais a instituição, empobrecida intelectualmente sem Juraci ou Milton, e ganharam os dois autores que ficam de fora por serem, reconhecidamente, de baixo poder aquisitivo, mas de imenso patrimônio literário e intelectual.

Autor: Alfredo Garcia

2 comentários:

  1. Luiz Mário de Melo e Silva28 de junho de 2011 às 10:24

    Estranha sugestão que o autor faz quanto a envergadura da APL ser pouca para o Juraci Siqueira. Se assim for, por que a pretensão de compô-la? Triste ideia essa. A poesia diz: "todo artista tem de ir aonde o povo está"

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  2. Paulo Guilherme Pinheiro17 de julho de 2011 às 12:37

    Grande observação, Mário. Isso parece aquele tipo de barulho que se faz pra entrar em uma festa que não foi convidado. Pois, há muito é notório que a referida elite da ALP e dos seus arredores é viciada. Talvez o autor do texto esteja preocupado com o seu futuro, quando tentar almejar um lugar na dita "imortalidade". Triste.

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