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"Não é o bastante ver que um jardim é bonito sem ter que acreditar também que há fadas escondidas nele?"
(Douglas Adams, 1952-2001)

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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O apagão e Belo Monte

A construção da UHE-Belo Monte é, há mais de 20 anos, o grande pilar da propaganda governamental para resolver o possível problema da falta de energia elétrica no país. Como propaganda é a “alma” do negócio (os governos não escondem que conhecem e levam a risca esta regra, quase a transformando em um axioma!) de uma hora para outra os mitos saem dos contos e são materializados.

Mas o que o apagão ocorrido em 10 de novembro de 2009, o qual atingiu 18 estados brasileiros, tem com Belo Monte? Tudo! Dias após o blackout as discussões sobre o novo-velho colosso de concreto voltou à pauta do governo federal. Os entraves (para o governo) dos custos ambientais agora podem ser ponderados com a propaganda (transformada em verdade absoluta) da necessidade de construção da usina na grande volta do rio Xingu.

Embora as explicações sobre o que levou ao apagão ainda não terem saído do plano das especulações (achismo!), vide o novo instituto consultado pelo governo: Fundação Cacique Cobra Coral (mal-aventurados aqueles que trabalham em órgãos federais de pesquisa, ciência e tecnologia), há de se perguntar: quem será o culpado, se houver? Pois o sistema de transmissão de energia é completamente informatizado, portanto, rapidamente o histórico do que realmente levou ao apagão pode ser recuperado. Basta vontade!

Infelizmente, a construção de novas barragens no Inferno Verde é um resultado exato, total platonismo, sem erro (incerteza) – o que diria Werner Heisenberg? – na equação governamental da geração de energia elétrica brasileira.

Autor: Paulo Guilherme Pinheiro; pauloguilhermez@yahoo.com.br
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OBS: Uma versão deste foi publicada no jornal Diário do Pará, espaço do leitor, em 24 de novembro de 2009.

Um comentário:

  1. Luiz Mário de Melo e Silva26 de novembro de 2009 às 14:42

    Isso prova que a realidade é construida nos bastidores do poder. E não é possível que um país feche os olhos para algo colossal, ainda mais quando o mundo discute a questão ambiental e a Amazônia se apresente como referência para a discussão. Sendo o PAC, o keynesianismo às avessas, tão bem utilizado em Belo Monte, para a miséria da grande meioria dos brasileiros, o grande acordo de bastidor. É isso aí PG: mais matérias desse calibre, e vamos em frente

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