Por Luiz Mário de Melo e Silva e-mail: luizmario_silva@yahoo.com.br Coord. do Fórum em Defesa do Meio Ambiente de Icoaraci (FDMAI)
Segundo a Bíblia as mulheres são as grandes culpadas pelo que há de errado no mundo, afinal, foi a primogênita delas que, ao descumprir a ordem suprema, colocou tudo a perder para a humanidade (causa estranheza, porém, que algo, desprovido de vontade própria, sem razão, logo, discernimento, como eram os bípedes implumes do paraíso, possa descumprir quaisquer ordens, sobretudo de Deus; assunto a ser tratado em momento oportuno) e por isso, pagamos todos.
O pequeno intróito é devido a tentativa de compreender o governo da presidenta Dilma, porque, em curtíssimo tempo de mandato, o mesmo, segundo a imprensa sugere, é só corrupção.
Partindo, ainda, da grande verdade em que a mulher foi feita da costela do homem, certamente os erros cometidos pela presidente são consequências de fatores herdados geneticamente. Logo, o que se assiste tem respaldo na ciência para continuar. Ou seja: o que começou errado permanecerá constante. Seria isso, então, a “herança maldita”, tão propalada pelo ex-presidente Lula e contra a qual não há nada a fazer?
Nesse sentido, deve-se imputar a sra. Rousseff, pessoa pública, total responsabilidade pelo que se assiste, até porque, como autoridade máxima do país supostamente deve estar informada da índole de pessoas que a cercam (os “mensaleiros”, por exemplo, compõem sua base de apoio e, quem sabe, pressionam para manter o status quo), e por isso não há como evitar sua suposta participação nos escândalos intermináveis, que encontram proteção para continuar como a praga que tomou conta da vida pública brasileira. Aliás, na altura dos acontecimentos, para se esquivar dos fatos, dizer que não sabe de nada do que ocorre não se justifica por todos os motivos, sobretudo porque estaria reproduzindo o mesmo que seu antecessor e avalista a quem deve sua atual condição, o que corroboraria o mal, com o que diz a Bíblia sobre a condição da mulher – o que é pior - e com a opinião popular de que todos os políticos profissionais são farinha do mesmo saco.
E se assim for, acabou-se a história, como desejava Francis Fukuyama, restando-nos, portanto, ficar em casa e usufruir da paz eterna.
Porém, se a presidenta lembrar que Raul Seixas cantava que é preferível ser uma metamorfose ambulante a ter uma velha opinião formada sobre tudo, e, ainda, não ficar sentado no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar; como também ensinava Nietzsche que “entre as condições da vida poderia estar o erro” (A Gaia Ciência), não custa nada fazer valer a “rebeldia” de Eva e tentar mudar este quadro, dando continuidade à vida. Porque foi justamente a “desobediência feminina” que nos trouxe aos dias atuais e os quais, certamente, apesar de tudo, ninguém deseja deixá-los.
Por isso, esta é a oportunidade para as mulheres mostrarem que são a grande diferença, como vem fazendo a professora nordestina Amanda Gurgel, e parir a solução para os problemas que afligem e oprimem a maioria dos brasileiros e - porque não? – a humanidade, sem prejuízo aos homens, afinal, são elas que fazem surgir a vida e contra isso não há como se opor. Portanto, não podem ser acusadas de erros dos homens.